Nesta quinta-feira, 21 de junho, dia do solstício, quando a luz do Sol não se apaga por 24 horas no Círculo Polar Ártico, o Greenpeace começou uma corrida contra o tempo para transformar um dos mais frágeis ecossistemas do planeta em santuário global.
Enquanto um gigantesco “urso polar” era inflado nos céus do Rio de Janeiro, a organização aproveitou sua participação na Rio+20 para anunciar uma campanha que deseja banir a exploração de petróleo e a pesca predatória no Ártico. Animal símbolo desta empreitada, o urso polar é uma das espécies que correm risco de extinção com o derretimento do Pólo Norte.
A exemplo do que ocorreu vinte anos atrás com a Antártida, declarada santuário justo quando a indústria da mineração avançava sobre seu território, a campanha do Greenpeace pretende mobilizar cidadãos de todo o mundo para que a ONU aprove uma resolução que torne o Ártico um território global. As poucas esperanças de avanços durante a Rio+20, entretanto, fracassaram devido ao lobby dos Estados Unidos, Canadá e Rússia – as três nações que possuem territórios no Ártico.
“O Ártico está sob ataque por isso é necessário que as pessoas se levantem para exigir sua proteção”, disse Kumi Naidoo, que participou do lançamento da campanha no Rio de Janeiro. “A proibição da exploração do petróleo offshore e da pesca predatória seria uma vitória importante para salvar esta preciosa região e para as populações nativas que lá vivem.”
A atriz Lucy Lawless, que deu vida ao personagem da série “Xena, a Princesa Guerreira” também veio ao Brasil para o lançamento da campanha. Em setembro, a atriz será julgada juntamente com ativistas do Greenpeace por sua participação na ocupação de 72 horas de um navio de exploração de óleo da Shell. O navio rumava para o Alasca, onde, neste verão, iniciará a perfuração de poços de petróleo na região.
Mobilização
Além de Lawless, uma longa lista de personalidades declararam apoio à campanha. Paul McCartney, Penelope Cruz, Robert Redford, Pedro Almodóvar, Thom Yorke, Emily Blunt, Baaba Maal, Javier Bardem, entre muitos outros, terão seus nomes escritos em um pergaminho que em breve será enterrado no fundo do mar do Ártico, quatro quilômetros abaixo do gelo. Uma bandeira demarcará o local exato onde o pergaminho será colocado –um ato simbólico para declarar aquele um território global.
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