História do 8 de março
No Dia 8
de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte
americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e
começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na
carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de
trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a
receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de
trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A
manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas
dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram
carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém,
somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido
que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em
homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de
1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das
Nações Unidas).
VEJAMOS ALGUMAS CONQUISTAS DAS MULHERES AO LONGO DO TEMPO:
- 1822: Maria Leopoldina Josefa Carolina,
arquiduquesa da Áustria e imperatriz do Brasil, exerce a regência, em 1822, na
ausência de D. Pedro I, que se encontrava em São Paulo. A imperatriz envia-lhe
uma carta, juntamente com outra de José Bonifácio, além de comentários a
Portugal criticando a atuação do marido e de dom João VI. Ela exige que D.
Pedro proclame a independência do Brasil e,
na carta, adverte: “O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece”.
- 1827:
surge a primeira lei sobre educação das mulheres, permitindo que freqüentassem
as escolas elementares; as instituições de ensino mais adiantado eram proibidas
a elas.
- 1879:
As mulheres têm autorização do governo para estudar em instituições de ensino
superior; mas as que seguiam este caminho eram criticadas pela sociedade.
- 1885: A compositora e pianista Chiquinha
Gonzaga estreia como maestrina, ao reger a opereta “A Corte na Roça”.
É a primeira mulher no Brasil a estar à frente de uma orquestra. Precursora do
chorinho, Chiquinha compôs mais de duas mil canções populares, entre elas, a
primeira marcha carnavalesca do país: “Ô Abre Alas”. Escreveu ainda 77 peças
teatrais.
- 1887: Formou-se a primeira médica no
Brasil: Rita Lobato Velho. As pioneiras tiveram muitas dificuldades
em se afirmar profissionalmente e algumas foram ridicularizadas.
- 1917: A professora Deolinda Daltro,
fundadora do Partido Republicano Feminino em 1910, em plena República Oligárquica, lidera uma passeata
exigindo a extensão do voto às mulheres.
- 1927: O Governador do Rio Grande do Norte,
Juvenal Lamartine, consegue uma alteração da lei eleitoral dando o direito de
voto às mulheres. O primeiro voto feminino no Brasil – e na América Latina! –
foi em 25 de novembro, no Rio Grande do Norte. Quinze mulheres votaram, mas
seus votos foram anulados no ano seguinte. No entanto, foi eleita a primeira
prefeita da História do Brasil: Alzira Soriano de
Souza, no município de Lages – RN.
- 1932: Getúlio Vargas, no início da Era Vargas, promulga o novo Código Eleitoral,
garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras. A primeira
atleta brasileira a participar de uma Olimpíada, a nadadora Maria Lenk,
de 17 anos, embarca para Los Angeles. É a única mulher da delegação olímpica.
- 1933: Nas eleições para a Assembleia
Constituinte, são eleitos 214 deputados e uma única mulher: a paulista Carlota
Pereira de Queiroz.
- 1937/1945: O Estado Novo criou o
Decreto 3199 que proibia às mulheres a prática dos esportes que considerava
incompatíveis com as condições femininas tais como: “luta de qualquer natureza,
futebol de salão, futebol de praia, pólo, pólo aquático, halterofilismo e
beisebol”. O Decreto só foi regulamentado em 1965.
-
1948: Depois de 12 anos sem a presença feminina, a delegação brasileira
olímpica segue para Londres com 11 mulheres e 68 homens.
- 1960: Durante o Período Democrático, a grande tenista
brasileira, a paulista Maria Esther Andion Bueno torna-se
a primeira mulher a vencer os quatros torneios do Grand Slam (Australian Open,
Wimbledon, Roland Garros e US Open). Conquistou, no total, 589 títulos em sua
carreira.
- 1979: Eunice
Michilles, então representante do PSD/AM, torna-se a primeira
mulher a ocupar o cargo de Senadora, por falecimento do titular da vaga. A
equipe feminina de judô inscreve-se com nomes de homens no campeonato
sul-americano da Argentina. Esse fato motivaria a revogação do Decreto 3.199.
- 1980: Recomendada a criação de centros de autodefesa,
para coibir a violência contra a mulher. Surge o lema: “Quem ama não mata”.
- 1983: Surgem os primeiros conselhos estaduais da
condição feminina (MG e SP), para traçar políticas públicas para as mulheres. O
Ministério da Saúde cria o PAISM – Programa de Atenção Integral à Saúde da
Mulher, em resposta à forte mobilização dos movimentos feministas, baseando sua
assistência nos princípios da integralidade do corpo, da mente e da sexualidade
de cada mulher.
- 1985: Surge a primeira
Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher – DEAM (SP) e muitas são
implantadas em outros estados brasileiros. Ainda neste ano, com a Nova República, a Câmara dos Deputados
aprova o Projeto de Lei que criou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. É
criado o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), em
lugar do antigo Fundo de Contribuições Voluntárias das Nações Unidas para a
Década da Mulher.
- 1988: Através do lobby do batom, liderado por
feministas e pelas 26 deputadas federais constituintes, as mulheres obtêm
importantes avanços na Constituição Federal, garantindo igualdade a direitos e
obrigações entre homens e mulheres perante a lei.
- 1990: Eleita a primeira
mulher para o cargo de senadora: Júnia Marise, do
PDT/MG. Zélia Cardoso de Mello é a primeira ministra do Brasil. Ela
assume a pasta da Economia no governo de Fernando Collor (1990-92).
- 1993: Assassinada Edméia
da Silva Euzébia, líder das Mães de Acari, o grupo de nove mães
que ainda hoje procuram seus filhos, 11 jovens da Favela de Acari (RJ),
sequestrados e desaparecidos em 1990. Ocorre, em Viena, a Conferência Mundial
de Direitos Humanos. Os direitos das mulheres e a questão da violência contra o
gênero recebem destaque, gerando assim a Declaração sobre a eliminação da
violência contra a mulher.
- 1994: Roseana
Sarney é a
primeira mulher eleita governadora de um estado brasileiro: o Maranhão. Foi
reeleita em 1998.
-
1996: O Congresso Nacional inclui o sistema de cotas, na Legislação Eleitoral,
obrigando os partidos a inscreverem, no mínimo, 20% de mulheres nas chapas
proporcionais.
- 1996: A escritora Nélida
Piñon é a
primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras. Exerce
o cargo até 1997 e é membro da ABL desde 1990.
- 1997: As mulheres já ocupam 7% das cadeiras da Câmara
dos Deputados; 7,4% do Senado Federal; 6% das prefeituras brasileiras (302). O
índice de vereadoras eleitas aumentou de 5,5%, em 92, para 12%, em 96.
- 1998: A senadora Benedita
da Silva é a
primeira mulher a presidir a sessão do Congresso Nacional.
- 2003: No Brasil do século XXI, Marina
Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Acre, reeleita
senadora com o triplo dos votos do mandato anterior, assume o Ministério do
Meio Ambiente do governo Lula.
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